filme em
branco e cor
brilho em
bola e dor
agua nos olhos
e boca.
natal. enfim.
natal.
fim
24 dezembro 2007
natal
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papai
me paralisei no tempo
para guardar
o natal das crianças
meu oásis no meu
deserto adulto
feliz natal,
vocês!
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07 novembro 2007
casamento
Não é que
esta relação no
ataúde
esteja velada por
dois
Mas
nestes novos,
primitivos acordos
o melhor que
pude
não tem de mim a
essência
Talvez seja assim
nos egoístas horizontes
dos quais nunca
mude
sempre leve e íntegro
enamorado
por mim.
Postado por viajante em 14:30 4 comentários
09 outubro 2007
503
madrugada
após o som
da campainha
almas
encaixe perfeito
ali
no que parecia sonho
no que parecia vida
minha entrega ao amanhecer
sem saber se acordei de tudo isto
Postado por viajante em 06:40 1 comentários
04 setembro 2007
08 agosto 2007
ana 32
na casa ou no apartamento
imagens de intenções
textos de traduções
em trinta e duas anas... onde está você?
ainda não tem visto nesta terra estranha?
mas todos estamos refugiados!
bem-vinda.
Postado por viajante em 16:30 3 comentários
novamente
e como, como devemos esperar tudo, tudo da vida!
Postado por viajante em 10:54 1 comentários
maresia
a forma
tipo de proa
apontando para um horizonte íntimo
meu tato
desce
por aquele tombadilho rangido e úmido
tremia em todo
e em um
prazer quente
na vela repleta
da nave desejo
distanciando-se comigo de qualquer
carência de vida
Postado por viajante em 10:39 1 comentários
31 julho 2007
26 julho 2007
consciência
a minha certeza é autoritária
sou nada além de servo dela
Postado por viajante em 11:50 2 comentários
23 julho 2007
fechadura
sei me esconder muito bem
também sei me mostrar muito bem
mas nunca sei quem é esse blefe no espelho
Postado por viajante em 13:28 2 comentários
20 julho 2007
real
foi ontem.
guardei você como nunca foi.
pra sempre.
vai ser assim:
a espera que você seja.
Postado por viajante em 08:42 1 comentários
10 julho 2007
recosto
dei o seu ombro
o alento de outro
falta sua quentura
minha história escondida
o tempo é raso
para entender-me de você
buscar-me no seu passado
no descanso de seu ombro
Postado por viajante em 23:20 1 comentários
09 julho 2007
amós
"as pedras... riem de nós"
elas sabem o que é eternidade.
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30 junho 2007
gosto
ficar inadvertido
sem o sabor da sua presença
e enveredar em quereres longes
internos
dias sem saber como
vou provar a vida e inspirá-la completamente
até ser impregnado por vida
avidamente embebido por você
Postado por viajante em 19:45 1 comentários
27 junho 2007
começo
cansei de começar
e não terminar
é isso que eu peço:
um fim.
daqueles cabais, sem recursos de celestiais instâncias!
o que preciso:
um fim.
que possa me iludir em um novo começo e viver!
o que desejo:
um fim.
que repouse-me rápido do mundo todo que nunca e nunca me dá fim.
Postado por viajante em 18:43 1 comentários
24 junho 2007
leveza
minha fronte de lágrimas
caras
silenciosas como suas mãos
apertam meu desejo
minha alma de dores
repetidas
ciclícas como seus olhares
pedem meu destino
minha vida de sonhos
vivos
vivos como os seus
sentem nosso abraço
querido.
sem defesas.
Postado por viajante em 17:41 1 comentários
19 junho 2007
significado
amar e ser amado
esse é o significado da vida
se poetas o dizem e mentem
se amantes o vivem e cantam
se desavisados procuram e choram...
o significado da vida
que fere o mais indefeso dos órgaos
obstrói o mais cego dos sentidos
e come sonho após sonho do mais imaginário dos sentimentos
o significado da vida
que é sinônimo do pouco de morte que deixa após a intensidade eufórica de ser
inebriante ser
e des-ser
descer
descer
Postado por viajante em 13:53 1 comentários
17 junho 2007
passo
as diagonais
que marco no peito
espelho
para me abrir
arte
das costas
minhas velas
cheias
vontade e vento
viagem
ressôo
cada passo
o desejo
de abrir
continuar
re-ser
re-sou
até parar
ficar
só
ficar
Postado por viajante em 07:21 2 comentários
12 junho 2007
profundis
seu lixo ecoa em mim
sua carne é um soco
que me dói
levanto
devolvo
meu lixo ecoa em meu mundo
e em tudo que existe
eu estou lá
minha bondade é uma faca
que decepa um a um
dos que persistem nele
minhas palavras...
também ecoam em mim
morto
de desejos pútridos
meu eco não sou eu
nem meu mundo
nem você
mudo e surdo eco
Postado por viajante em 09:21 2 comentários
11 junho 2007
paranoid
escutar "eu te amo"
é muito pior do que dizer
porque todas pessoas me amam
e surdo nao sou
mas sao vozes mortas
sempre
aqui
dentro.
Postado por viajante em 11:35 0 comentários
neve
queria que lesse
meu olhar
e dele tirasse
minha vida
e dela o que daria
a você
e de você em mim
todos os toques possíveis
como bola de neve...
crescendo...
crescendo...
até onde...
nos espatifarmos
e
pudéssemos deitar
esfriarmos
e
esquentarmos
crescendo...
crescendo...
como bola de neve.
Postado por viajante em 08:14 0 comentários
03 junho 2007
peso
verdade!?
é um fardo.
de nós!?
não sei bem dizer.
esconda!
de mim? nunca mais vou conseguir.
verdade!?
sempre um fardo.
Postado por viajante em 09:31 1 comentários
28 maio 2007
morte
quantas vezes eu morri
e quantas vezes eu pensei que tinha nascido...
que pensamento bobo de fantasma!
Postado por viajante em 20:14 3 comentários
22 maio 2007
vôo
- Voe!
Assim me despedi do meu pai quando entrou na sala de cirurgia hoje. E descobrir que ele podia voar me fez conhecer outra pessoa e entender o quão de Fernão somos.
Maridéa Capelo Gaivota. Tão presa em si e sonhando tão longe. Minha madrinha que morreu em seu terceiro câncer queria tanto voar. Tanto, tanto!
Na sua casa, em sua cama, em seus livros....penso agora....quantos vôos criou em seu sorriso de bondade e iluminação... Minha madrinha voava por nós aqui....voava em nós mas não conseguiu voar sozinha.
- Voe, Gigante!
Aquela foto.....aquela foto.....que minha madrinha dedéa deixou....mostrava meu pai voando adolescente em dunas de areia....Murilo voando....meu pai voando....meu pai voando!
E quanta surpresa em ver seu vôo. Que tinha asas tão grandes que nunca imaginei que tivesse...que, agora sim, tudo fazia sentido: quando olhava para o céu e via um pássaro e queria sair numa grande jornada. Como Kino.
Meu pai voando! No mais alto dos céus....eu posso voar!
Postado por viajante em 21:23 1 comentários
guia
para ser de todos não sou de mim
se querem caminhos perfeitos
não posso criá-los
todos caminhos são tortos!
basta olhar para trás.
Postado por viajante em 21:22 1 comentários
olhos
em seus ojos de Chascona
vi alguém
que não sou
em nosso barco de virtude
rebentou-se um amor
que não temos a mais
não vejo barcos nem mar
não vejo seus olhos!
sigo no escuro, minha vela constante
ou fecho-me num relâmpago de ser
luz de segundo
você infinita.
Postado por viajante em 21:21 0 comentários
reversi
jogo de nada
cores de fala
tempo de ser
beijo de silêncio
mundo de dois
mundo de dois
mundo de dois
arrume o tabuleiro
próxima rodada
Postado por viajante em 21:18 0 comentários
17 maio 2007
simples
amar o complexo
se o simples é ninguém mais
amar o horizonte
quando os olhos pouco enxergam por dentro
complexo como amar o perto
simples como amar o longe
Postado por viajante em 02:12 2 comentários
26 abril 2007
sylvia plath
sylvia plath nunca andou na pavuna
sylvia plath nao lavou louça
sylvia plath nao pegou onibus lotado
sylvia plath gostava de depressão
sylvia plath se matou
sylvia plath nunca viveu
de verdade
Postado por viajante em 19:29 3 comentários
02 abril 2007
auto-estima?
auto-confiança é tudo. o que pode também ser considerado ignorância. mas a ignorância é uma benção. então carregamos o fardo do conhecimento (maçã?) e a angústia desesperada e desesperadora de não sabermos nada. então somos abençoados! não sou Bento. mas na minha ego-escuridão consigo iluminar pessoas e me deliciar com sua ignorância. e como é bom e vivo tudo isso!
Postado por viajante em 17:42 2 comentários
hospitais diários
a cama é a mesma
a doença, não
o vivente é outro
agora os banhos são meus
as vistas diferentes
no hospital
redenção de sentidos
na incolor, inodora, invisível casa
sou tão pequeno?
sempre?
Postado por viajante em 12:10 0 comentários
22 março 2007
datas
datas são limitações.
feliz dia de ação de graças!
feliz aniversário!
feliz dia da poesia!
mas não precisamos de limites?
Postado por viajante em 12:48 5 comentários
05 março 2007
sombras
lua à frente
sol no dorso
entre nós
minha sombra
preciso de luz,
dar beijos lunares
mas esta sombra....
a sombra é minha.
Postado por viajante em 07:46 2 comentários
01 março 2007
funeral
somos lápides vivas, nomes
homenagens póstumas de cada segundo futuro
saudades eternas de sonhos que desconhecemos
aqui jaz
você
Postado por viajante em 14:00 1 comentários
27 fevereiro 2007
nomes
nomes não são importantes. Jorge Luis Borges já dizia isso. Franz Bonaparta em "Monster" também falava sobre o menino que não tinha nome.
Não vejo crachás em ninguém e tampouco vejo nomes. Tento ver almas, seus símbolos, o que representam, o que refletem ao mundo.
Mas é difícil encontrar olhos indefesos. É uma caçada que vale a pena.
Postado por viajante em 21:48 4 comentários